sexta-feira, 11 de junho de 2010

Na Visão Masculina e Feminina – O Encontro e Desencontro do Amor!


Tudo começou assim... em um dos nossos encontros depois de diálogos e monólogos (pois muitas vezes prefiro explorar o Neisson com minhas indagações, propositalmente), em tom de brincadeira, fiz um convite ao meu doce amigo sobre escrevermos a quatro mãos um texto para o dia dos namorados... e ele, a favor de grandes questionamentos e desafios, aceitou sem pensar duas vezes a minha aventura...De repente, me vi presa na própria armadilha, diante de alguém que sabe brincar com palavras e sentimentos com maestria..e eu, amadora, tentei encarar esta doce parceria...
Ok, não vou me deter a velha discussão sobre as diferenças entre homens e mulheres. Não darei vazão aos meus discursos feministas (ou ao menos acho que os tenho), ao contrário, falarei do tão desejado, porém, muitas vezes, inesperado encontro… afinal é dia dos namorados…
Em certas ocasiões me questiono que raio é esta tal de química que nos atrai ao outro de maneira tão encantadora? Pois é exatamente assim… é quase um encanto, o encontro. Talvez seja por isso que chamamos de química as reações surpreendentes que nos ocorrem, já que todo encanto necessita de um pouco de porções, de química… São olhares, sorrisos, palpitações… renascimento da euforia adolescente e o que é mais interessante… quando nos percebemos no inesperado encontro, nos desconstruímos, nos desencontramos… por mais força que você insira na tentativa de racionalizar o coração, mas você se tornará confuso, mas se distanciará das mesmices de você e das mesmices também dos seus últimos dias… E é esta a graça… nos desencontrar nos encontros.
Quem tem medo de mudança não se apaixona, muito menos ama. Permanecem estáticos, paralisados em estado de egocentrismo. Procurando no outro, alguém que se molde a eles mesmos. Uma relação sem questionamento... Nem eles sabem deles, desaprenderam a somar, desapareceram a sombra do outro ou do arrastar do calendário.
É preciso encarar os relacionamentos com leveza, bom humor e ousadia. Quando um desses aspectos não está ao nível do que se possa julgar agradável, por si só o encanto se desfaz. Viver um encontro não precisa da dor do amor literário de Romeu e Julieta. Bonito? Sim, claro... mas trágico... isso é para Nelson Rodrigues, Rubem Fonseca... é importante a  leveza na vida...sou mais Paulo Leminski, Mário Quintana...desmistificando métricas e rimas...gozando do gozo do estar amando e do ser amado...
O que há de agradável na primeira fase desse encontro? É a leveza da paquera. Não há cobranças e sim, sedução... um pouco da ousadia que mencionei logo acima... as mulheres são sedutoras natas. Todas as suas tramas e tranças, sua cadência em carência do parceiro desejado, seus arroubos ao revirar dos olhos, do decote, ao morder dos lábios... versam em inspiração poética a tempos...Enquanto, do lado oposto estão eles, em seus mundos que julgamos saber...mas que nenhuma suposição nos coloca a par do universo masculino...Como seria para eles este encontro e como saber o que lhes acontece no desencontro?
Como já disse minha amiga Karinne, com a qual compartilho o imenso prazer de escrever esse texto, também não irei dar vazão aos meus discursos masculinos, mas colocarei em palavras os meus pensamentos sobre o contato com o amor, entre duas pessoas apaixonadas.
O namoro é o encontrar de duas almas, de dois corações que querem sonhar o mesmo sonho e viver uma mesma emoção. E como é gostoso compartilhar esse sentimento, mesmo quando olha para dentro de si e não se encontra mais, ao olhar nos olhos da pessoa amada você se encontrará.
Como escreveu Carlos Drummond de Andrade - “Ah o Amor... que nasce não sei de onde, vem não sei como e dói não sei por quê...” O Amor é um mistério que não é para ser compreendido e sim para ser vivido e compartilhado.
Muitos têm medo de abrir o coração ou até mesmo um temor de encontrar a pessoa amada, mas viver o amor é poder chegar perto de Deus, e a cada dia junto com a outra pessoa chegar mais perto do céu.
O Amor é simples ser vivido, por muitas vezes nós que o complicamos, pois queremos que a outra pessoa nos dê aquilo que não encontramos em nós mesmos. Viver o amor é simplesmente completar um no outro aquilo que falta, é poder partilhar as coisas boas que temos e ajudar a tirar de dentro dos nossos corações as maldades que sentimos.
São duas almas que se encontram e que querem caminhar juntas e poder juntas crescer no progresso da vida, por isso, temos o dever de todos os dia conquistar a pessoa amada, e olhar dentro dos seus olhos e dizer : “EU TE AMO!” Essas três palavrinhas mantém o laço do amor sempre firme e faz que cresçamos espiritualmente juntos.

É, me parece, Neisson, que para ambos, homens e mulheres, o amor é ainda um sonho almejado. Buscamos vivencia-lo em sua plenitude, correspondido e realizado... Precisamos do romance, de nos desencontrarmos do singular para sermos dois em um espaço singular. Na paz de um olhar, num sorriso afetuoso, no calor do abraço, um no coração do outro. E o encontro, este desconhecido momento, que nos compromete em nossa subjetividade é apelo certeiro de quem ainda acha que não amar é viver pela metade.

Quero de coração agradecer a minha amiga Karinne, de Aracaju e uma grande psicóloga, por ter me dado a honra e o privilégio de escrever esse texto para o dia que não só comemoramos o namoro, mas também o amor.
 
Agradeço ao meu queridíssimo Neisson por esperar minhas idéias e inquietações serem traduzidas em palavras... assim, pelo elogio acima (risos), também, agradeço a todos que acompanham o blog pela paciência diante da minha singela investida literária. Inté! Adorei...

Neisson Almeida e Karinne Santiago

Um comentário:

  1. O Amor... ah o amor... este sentimento é um doce tormento, buscado por homens e mulheres que o enxergam de maneiras diferentes porém com a mesma finalidade: a de serem amados e se sentirem mais completos no mundo.
    Concordo quando a Karine fala sobre a magia do primeiro encontro.É realmente indescritível quando estamos pela primeira vez com alguém, saimos de nós mesmos, nos atrapalhamos e perdemos o rumo dos pensamentos ao olhar nos olhos do outro. Essa química para mim eu definiria como uma empatia natural entre dois seres que buscam os mesmos objetivos, amar e ser amado. O arrepio na nuca, o frio no estômago ,o palpitar do coração são efeitos que o outro nos proporciona quando existe realmente um sentimento que esta brotando naquele instante.
    Da mesma forma concordo com o Neisson quando diz que muitas vezes nós complicamos o amor, principalmente tentando racionalizá-lo, ao invés de apenas vivê-lo em toda sua plenitude.Alguém uma vez disse que "Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas se dar ao outro para o completar." Quando duas pessoas conseguem doar-se completando um ao outro, tudo fica fácil e basta viver a história de amor e serem felizes.
    Parabéns a ambos pelo texto escito a 4 mãos.
    BEijos no coração meu anjo.
    Márcia Canêdo

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